Causos do cotidiano contados por mim mesmo

quarta-feira, junho 27, 2007

Falar o quê?


Estou tentando há alguns dias escrever algo sobre os cinco filhinhos da puta de papai que espancaram a empregada doméstica Sirley em um ponto de ônibus na Barra da Tijuca - RJ, mas não encontro palavras pra descrever a atitude desses, desses, nem sei como chamá-los.


Ainda estou tentando encontrar um justificativa para a atitute deles, pois nenhuma que foi apresentada é plausível. "Achamos que fosse um prostituta.". E isso lá é justificativa pra bater em alguém? Prostitutas só gostam de apanhar quando recebem por isso. E quando eu digo apanhar, fraturas e olhos roxos não se incluem no pacote, por mais caro que seja!


Agora além de andar por aí com medo de bandidos, da polícia e de torcedores de outro time que não seja o seu, você ainda tem que ter medo de pessoas que teoricamente são bem instruídas e educadas. Quer saber? Eu tenho que arrumar um trabalho que seja dentro da minha casa, ou um carro blindado, pois daqui a pouco vai ser bem difícil sair de casa.


Eu moro no Recreio, bairro vizinho a Barra, e na madrugada de domingo para segunda, minha mãe (que tem que usar o serviço de saúde pública) teve que sair de casa às 03:00 hs da manhã para poder conseguir uma senha para ser atendida. Além de pobre, minha mãe é negra, o que aumenta o preconceito de alguns cidadãos(???). O celular dela não estava funcionando, e não conseguimos contato com ela até sua volta. Imagina como fica o coração dos filhos numa situação dessas? Vocês não sabem o que se passa na cabeça da gente. Quando minha mãe sai, e chega sã e salva, o sentimento é de alívio, quando deveria ser normal uma pessoa sair de casa e voltar.


Por isso que diferentemente de muita gente, eu acredito sim em Deus, seja lá quem ele for. Se a gente não se apegar ao menos a Ele, quem vai ser nosso porto seguro? A quem vamos pedir proteção quando nossos parentes e amigos estiverem fora?


Sempre fui defensor do Brasil, e principalmente do Rio, mas já estou começando a me cansar. Será que algum dia vou estar pensando como a Fabiane e que o melhor a fazer é sumir daqui pra viver tranquilo? Espero que não, mas infelizmente não vejo a famosa luz no fim do túnel.


PS: Espero que a Fabiane não ache que isso foi uma crítica, pois respeito a opinião dela, mesmo que não concorde totalmente.




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