Causos do cotidiano contados por mim mesmo

sexta-feira, abril 18, 2008

Um país de juízes e detetives

Estava evitando falar sobre o caso da menina Isabella, mas de tanto ouvir sobre, não deu pra ficar sem dar um pitaco.

Não esperem que eu diga quem matou, quem deixou de matar, quem empurrou ou deixou de prestar socorro. Não vou me meter no caso enquanto o mesmo não estiver solucionado.

O que eu gostaria de comentar é como o povo brasileiro está tratando o assunto. Na boca de todas as pessoas, o pai e a madastra são assassinos, são cruéis, são "sem coração". Eles já foram julgados antes mesmo de se comprovar qualquer coisa contra eles.

Segundo diz a constituição, todos são inocentes até que se prove o contrário, mas nós temos essa mania de apontar o dedo na direção dos outros sem sequer ter certeza de alguma coisa.

- Olha a cara do pai, claro que foi ele que matou!

- Essa mulher não devia gostar da afilhada e resolveu empurrar a coitadinha!

- Eles deveriam ser linchados!

E por aí vai. O povo já investigou e já deu o veredicto: O casal é culpado e deve apodrecer na cadeia. Provas? Pra que isso? Investigação policial? Mas tá todo o mundo vendo quem matou a menina! Julgamento em tribunal? Joguem eles aos leões!

Eu não sou detetive, muito menos investigador de polícia, mas eu acho que tem alguma coisa faltando: Qual foi o motivo desse crime? Tem algum seguro de vida para ser recebido? Apenas ódio? Vingança? O que fez alguém ter matado essa criança? Todo crime precisa de um motivo.

Eu prefiro me manter de fora. Depois que a polícia resolver o caso, aí sim vamos insultar quem merece e clamar por justiça, mas antes disso, façam o favor de não julgarem apressadamente quem quer que seja.

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