Causos do cotidiano contados por mim mesmo

segunda-feira, maio 19, 2008

Foi um mico, mas poderia ser chamado de King Kong

Eu já paguei muitos micos. Você que está lendo também. Faz parte da natureza humana. Você vai pagando micos e micos durante sua existência. Alguns vão perdendo esse costume com a idade, outros vão aperfeiçoando a prática e pagando micos cada vez mais homéricos.

Eu sou um meio termo. Não parei de pagar micos, mas os atuais são mais discretos e já passei por situações no mínimo embaraçantes. Descrevo uma delas abaixo:

Passava-se o ano de - não importa o ano - e eu estava voltando de uma festa com alguns amigos. Já era noite e o comércio estava encerrando suas atividades. Nós estávamos voltando de kombi (transporte popularíssimo - e na maioria das vezes ilegal - no rio de janeiro). A viagem transcorria relativamente bem. Vários adolescentes juntos vocês já sabem né? Piadinhas, gracinhas com os trauseuntes, etc.

Em determinado ponto da viagem o motorista pára em uma avenida para um dos passageiros descerem. Do outro lado dessa avenida existe um restaurante e como ele tinha fechado, todos os funcionários (por incrível que pareça só tinham mulheres) estavam do lado de fora esperando condução para irem embora pra casa. Aquele monte de mulher arrumada na esquina despertou uma área do meu cérebro que eu deveria ter desativado faz muito tempo: A área das piadinhas sem graça e dos trocadilhos infames. Mas foi mais forte do que eu.

- Olha a quantidade de mulher naquela esquina! Parece um monte de puta fazendo ponto! Huhahusuaghgnadkasnva.

Um comentário de garbo da minha parte, concordam? Mas depois de eu ter feito o comentário, percebi que o cara da kombi estava demorando a sair. Ele não tinha motivo parar ficar ali parado, já que o passageiro tinha descido e nesse momento já devia estar até em casa. Foi aí que eu vi uma das mulheres atravessando a rua e vindo na direção da kombi. A área das piadinhas sem graça entrou em ação de novo (Eu ia insinuar que ele veio oferecer seus serviços), mas me segurei e não fiz comentários, só vendo a mulher atravessar a rua, cumprimentar o motorista com um beijo na boca e entrar na kombi.

ERA A ESPOSA DO MOTORISTA DA KOMBI!!!

Naquela hora não sabia onde enfiar a cara, já que eu tinha praticamente chamado a mulher do cara de prostituta. Ainda tentei me desculpar, mas isso só iria piorar a situação. Resolvi me afundar no banco e esperar meu ponto chegar. Até hoje minhas bochechas são meio vermelhas por conta desse espisódio.

A única coisa que eu sempre agradeço a Deus é o fato de o motorista ser cristão (sei disso por causa das músicas evangélicas que viemos ouvindo durante a viagem). Ele teve controle, não fez nenhum comentário e também não tentou me matar.

Depois desse fato costumo pensar trinta vezes antes de falar algo, o que faz as pessoas pensarem que eu sou mongolóide, mas antes um mongolóide vivo do que um humano normal fudido.

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