Causos do cotidiano contados por mim mesmo

segunda-feira, junho 09, 2008

Aborto (continuação)

Dando continuação ao post anterior que causou algumas discussões (era justamente a intenção), algumas mudanças e considerações precisam ser feitas. A primeira tem a ver com o comentário que a Gabi deixou no post:

Querido, sou super pró-legalização do aborto, mas discordo de um ponto crucial aí no seu texto: dizer que um monte de mulheres iria afirmar ter sido estuprada só pra poder abortar é uma besteira sem tamanho.

O estupro é uma violência terrível. Física e emocional - as vezes mais emocional que física, porque as feridas no corpo podem ser facilmente curadas, mas as da alma demoram muito mais.

Acredite: entrar em uma delegacia e dizer que foi estuprada não é nada simples. As perguntas como "o que você estava vestindo?" ainda são feitas por policiais machistas.

Cuidado ao falar de coisas que você não conhece, ok? Você pode cair no lugar-comum ou se deixar levar pelo preconceito.

beijo

 

Antes de tudo tenho que dizer que abomino qualquer tipo de violência contra quem quer que seja. Mulheres, homens, animais, idosos, jovens, religiosos, ateus, etc, e acho que o estupro é um dos piores tipos de violência que uma pessoa pode sofrer. Além da violação física existe ainda o lado psicológico que fica muito abalado em vítimas desse tipo de violência. Estupradores deveriam ser julgados conforme a lei do tráfico: Corta-se o pênis do indivíduo, pendura-se o indivíduo pelado em uma árvore com as mãos e pernas amarradas, coloca-se o pênis do sujeito na boca dele e deixa o desgraçado morrer de hemorragia.

Talvez eu tenha sido mal-interpretado ou não me fiz entender, mas aqui vai a explicação, se é que existe alguma. Quando eu citei o caso de mulheres que diriam que sofreram estupro apenas para fazer um aborto, levei em conta algumas mulheres que transam com qualquer um sem proteção alguma e depois da gravidez procurariam o hospital para realizar o procedimento, mas não querendo fazer a ligadura de trompas por agum motivo, diram que foram estupradas para realizarem apenas o aborto. E nesse caso as reais vítimas de estupro acabariam sendo punidas por conta dessas outras.

Num papo em off com a Gabi fui alertado do seguinte: Dificilmente uma mulher, pois mais inescrupulosa que seja, iria procurar um hospital dizendo-se vítima de estupro, ela usaria outros métodos para realizar o mesmo, então tenho que mudar minha opinião quanto ao tipo de aborto realizado em vítimas desse crime. Realiza-se o aborto e deixam-se as trompas intactas, caso a pessoa deseje ter filhos por vontade própria no futuro.

Outro ponto que eu não toquei foi o seguinte: Clínicas particulares iriam existir. O aborto não seria realizado apenas na rede pública de saúde. Assim evitaríamos o grande número de mortes que acontecem hoje em clínicas clandestinas. A pessoa teria a opção de realizar o aborto pagando por isso e de forma mais segura.

E concordando com o Pedro, tenho a complementar que sou a favor da legalização e não da prática. Mas é melhor fazer legalmente e evitar que jovens morram aos montes dentro de clínicas clandestinas como acontece por aí. Lógico que juntamente com a legalização existiria uma campanha do governo para evitar que isso virasse prática comum, e antes de realizar qualquer aborto, a paciente passaria por um psicólogo, para ter certeza de que realmente gostaria de fazer o procedimento.

Minha intenção com esse post não é criar polêmicas ou fazer chover paraquedistas. Apenas estou abrindo uma discussão e gostaria da participação de vocês. Eu tenho uma visão do assunto, mas essa pode não ser a melhor visão. Com a opinião de vocês eu posso refletir melhor.

Estou aberto a réplicas, tréplicas, menages a trois e outros. É só deixar seu comentário ou mandar um email usando o formulário de contato aí do menu ao lado.

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