Causos do cotidiano contados por mim mesmo

terça-feira, outubro 21, 2008

Sobre o sequestro de Eloá

Não temos como negar que esse é o assunto da semana. Até o assassinato de Arthur Sendas passou despercebido por conta da menina de 15 anos que foi sequestrada e assassinada pelo ex-namorado de 22. Menina essa que tinha 12 anos quando começou a namorar um rapaz que já era “de maior” na época. E para o pai e a mãe estava tudo bem.

Eu sou de uma época – e nem sou tão velho assim – que meninas de 11, 12 anos estavam mais interessadas em brincar de boneca (no bom sentido) e costurar roupinhas para suas barbies, enquanto outras pegavam arroz e feijão em casa para darem comidinha para as bonecas.

Mas hoje isso tudo é tão normal, que as pessoas não se chocam ao verem crianças agarradas e aos beijos pela rua. Eu acho isso inadmissível.

E o problema é agravado pela mídia, que vive divulgando “as fotos da Hannah Montana de calcinha e sutiã que vazaram na net”. Porra! Ela também é só uma criança e já estão querendo ganhar audiência em cima do corpo da garota? Problema se ela tirou as fotos e permitiu isso, mas isso não é assunto para se trazer à tona. E quem quiser discordar fique à vontade.

E aí a menina Eloá namorou e terminou com o Lindemberg que não aceitou muito bem, sequestrou a menina, passou cinco dias com ela em cativeiro e terminou como todos sabem. Ela morta, a amiga ferida e o bandido inteirinho.

E como sempre a polícia está sendo fuzilada com críticas, a maioria com toda a razão, mas e se eles fizessem a coisa certa, que no meu entendimento seria estourar os miolos do moleque na primeira chance que eles tiveram? Iam estar sendo criticados da mesma forma, ou até mais, pois o povo brasileiro é um povo muito do chato que não se conforma com nada e estaria nesse momento glorificando o marginalzinho, que viraria um anjinho perturbado que só precisava de um pouco de carinho e compreensão.

Ser atirador de elite no Brasil deve ser muito frustrante. Os caras treinam a vida inteira e quando tem a chance de fazer tudo o que aprenderam são proibidos de exercer a função que estão sendo pagos para fazer.

Uma pergunta: E se o sequestrado fosse o presidente da república por exemplo? A postura seria a mesma? Será que deixariam o presidente na mira de uma arma durante cinco dias sem fazer nada? Aposto que dentro de 24 horas os jornais já estariam fazendo a cobertura do velório do sequestrador.

E agora vem a notícia, repassada pela Rosana Hermann via twitter, que o pai da Eloá é procurado pela polícia em Alagoas por ter participado de um grupo de extermínio chamado “Gangue Fardada”, sendo acusado de ter participado do assassinato do delegado Ricardo Lessa, irmão do ex-governador de Alagoas Ronaldo Lessa. Os mandados de prisão já chegaram a São Paulo e o pai de Eloá está foragido. Eu ouvi alguém dizer “carma” aí?

Resumindo, eu acho que alguém deveria ter dado um teco na testa do moleque e acabado com isso logo. Mas é só a minha opinião. E a sua, qual é?

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